É provável que todos já tenham ouvido falar da Serra Pelada. Uma montanha no Estado Pará, em plena floresta amazônica, famosa entre os anos de 1981 à 1992, pela busca incontrolada pelo ouro.
Se instalou ali o maior garimpo a céu aberto do mundo. Estima-se que mais de 100 mil homens passaram por lá. Mais de 42 toneladas de ouro foram tiradas de lá. Hoje o que se tem é uma cratera de 24 mil m2, transformada num lago pela ação das chuvas e pela perfuração de lençol freático em decorrência das escavações.
A Vale do Rio Doce era detentora do direito de explorar área, mas o perdeu pela invasão de garimpeiros atraídos pela facilidade inicial na retirada do ouro abundante ali encontrado no começo da década de 80.
Foi indenizada pelo Governo Federal que passou a autorizar a exploração pelos garimpeiros, pondo-se como único comprador do ouro tirado na serra.
As condições eram absolutamente precárias, com utilização de mercúrio líquido sem qualquer segurança ou cuidado para a separação do metal precioso. A exploração da mina era dividida entre os garimpeiros que guardavam esquema hierárquico entre eles, com postos de comando e “propriedade” dos barrancos (divisões dos terrenos da cava entre os garimpeiros, a princípio conseguidos à força, e depois por meio de sorteios). Os proprietários dos barrancos eram chamados de capitalistas, abaixo deles, estavam os meia-praça a quem cabia porcentagem de 2 a 5% do ouro encontrado, e abaixo destes estavam o cavador, o apontador, o apurador e o formiga.
A remuneração dos operários pouco dava para subsistência dos mesmos e logo instalou-se nas proximidades da Serra Pelada a “Vila Trinta”, um vilarejo repleto de bares, onde era comum o alcoolismo, a prostituição e os assassinatos.
É sem dúvida um exemplo do que a mineração mal planejada, sem estrutura, ausente de estudos e tecnologia pode causar. Deixar um rastro de devastação e destruição das riquezas minerais e ambientais do país.
A Serra Pelada não deve ser jamais a imagem que se tem da mineração. Atividade produtora de riqueza em todos os sentidos, econômica, tecnológica e social e que deve servir para o desenvolvimento das regiões mineralizadas e da sociedade como um todo.
18/04/2017
Glaucia Barreiro
Advogada
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